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         A história de Rio dos Índios está ligada à história de Nonoai, município limítrofe, localizado à sudeste, do qual foi desmembrado.
         A fundação de Nonoai decorreu da necessidade de estabelecer uma nova rota comercial que levaria a produção proveniente do ciclo do tropeirismo. Para tanto, em 1847 o Major João Cipriano da Rocha Loires, com o aval do Governo Imperial, inicia parte do novo traçado entre Palmas (PR) e o Rio Grande do Sul, passando pela região indígena caingangue. Surge assim, a vila de Nonohay, que até o final do Século XX recebe colonizadores provenientes das colônias de Bento Gonçalves, Caxias do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Nesse período também ocorreu a instalação das primeiras serrarias e a navegação com balsas, e, como conseqüência, inicia-se a derrubada de matas nativas da região (SANTOS, 2005, p18).
         No inicio do século, houve a abertura da primeira estrada da região ligando Nonoai a Santa Catarina (Via Caxambu). Era o chamado caminho das balsas, feito pelos madeireiros.
         Em 1912, iniciou-se a colonização de Rio dos Índios com a implantação de uma serraria instalada a 11 km de Nonoai, fundada por Romano Padoan. Esta serraria foi o ponto de partida da colonização, fato desencadeador do ciclo madeireiro ou do histórico período das balsas, usadas para o transporte fluvial de madeira, que perdurou até os anos 60. O principal destino dos produtos de origem florestal era a exportação para a Argentina (Foto 1). Foi também, inspirado na referida serraria denominada à época “Engenho de Madeiras”, que Rio dos Índios, por longa data, foi chamado de “Engenho Velho”.


Foto 1: Romano Padoan e filhos – Paso de Los Libres – Argentina (1920)
Acervo de Therezinha Pasin Magri

         Além da família Padoan, entre os anos de 1913 e 1916, outros colonizadores fixaram-se na região, atraídos pela próspera atividade madeireira, trocando as quadras de campo por colônias férteis povoadas por pinhais, cedros e louros, que se estendiam até o Rio Uruguai. 
         São elas: Santinelli, Posan, Linhares, Golin, Tizziani, Fistarol, Bringhentti, Trentin, Guerra, entre outras.
         Em 1917, com a formação do povoado, passariam a ser ministradas as primeiras aulas de alfabetização, iniciativa tomada por Romano Padoan, tendo como primeira professora Josephina Padoan Pasin (Foto 2). Por tal iniciativa, a Escola Estadual situada na Sede do Município, leva o nome deste colonizador.


Foto 2 - Josephina Padoan Pasin
Acervo de Therezinha Pasin Magri

         No final da década de 60, com o término do ciclo da exportação de madeira, a agricultura e a pecuária passaram a ocupar importância no cenário da economia local. Além dessas, desenvolviam-se algumas as atividades comerciais e industriais. Por volta de 1940, fora construído um hotel, de propriedade de Antonio Pasin (Foto 3), que permaneceu em funcionamento até meados de 1965. Em virtude da posição geográfica estratégica, e também devido ao hotel implantado, Rio dos Índios tornou-se ponto de referência e estada de viajantes com destino a Santa Catarina e Iraí, Município com relevante importância na época, ao qual se encontrava agregado, política e administrativamente até 1958, sendo 4º distrito de Irai.


Foto 3 – Primeiro hotel de Rio dos Índios
Fonte: Acervo de Therezinha Pasin Magri


Foto 4: Rio dos Índios (1958) – Procissão
Fonte: Acervo de Therezinha Pasin Magri

         A partir da década de 70, a atividade econômica predominante passou a ser a produção de soja, instituindo-se a monocultura extensiva, ampliando a área de desmatamentos iniciada com a exploração madeireira, inclusive em áreas indígenas, e colaborando com a crise da agricultura familiar. Em 1978, ocorre uma revolta indígena, que culminou na expulsão dos colonos que ocupavam suas terras mediante pagamento de renda tida como simbólica à Fundação Nacional do Índio (FUNAI). Os agricultores deslocados, depois de uma tentativa frustrada de ocupação de uma propriedade situada em Encruzilhada Natalino (RS), decidiram ocupar uma fazenda em Nonoai, tendo apoio da sociedade em geral e da Comissão Pastoral da Terra – esse processo é tido como o fato desencadeante da formação do Movimento dos Sem Terra (MST).
         Com a desativação do Engenho de Madeira, a denominação de Engenho Velho ficou descaracterizada, passando então a ser chamado de Rio dos Índios, em referência à reserva indígena que ocupa parte de seu território.
         Por meio da lei estadual nº 9.547, de 20 de marco de 1992, foi promulgada a emancipação política de Rio dos Índios e, em janeiro de 1993, Gervásio Magri assumiu o cargo de primeiro prefeito do Município.
         Rio dos Índios é formado por vinte e uma comunidades rurais e possui um Distrito, denominado Posse dos Linhares, que foi assim declarado antes da emancipação, por meio da Lei Municipal nº 1.192, de 14 de dezembro de 1988, quando ainda pertencia ao município de Nonoai.


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